Verificação X Validação
- Conformità

- 26 de nov.
- 2 min de leitura
Atualizado: 27 de nov.
Nos treinamentos que ministro, tento ser o mais didática e lúdica possível, porque sei que a ISO/IEC 17025 não é tão simples (e porque o meu lado docente está sempre presente também…). Costumo utilizar exemplos da vida real para tornar os conceitos mais acessíveis e, na medida do possível, vou compartilhar aqui alguns desses exemplos.
Um dos primeiros trata sobre a diferença entre verificação e validação de métodos.

Imagine que você recebe uma caixa LEGO Classic, cheia de peças soltas, sem nenhum modelo definido.
Seu objetivo é construir um avião que voe a 5 km/h, mas ninguém diz como. Não existe manual, instruções ou qualquer referência. Você precisa criar tudo do zero.
Então começa: escolhe as peças, testa formatos, ajusta, desmonta, refaz… até chegar a um modelo que, de fato, funcione. Nesse processo, você está desenvolvendo um método, ou seja, criando as instruções que não existiam.
Mas não basta construir o avião. É preciso demonstrar que ele realmente funciona para o fim a que se propõe. Por isso, você começa a testar:
Ele voa como deveria? → Exatidão
Se eu montar novamente, voa do mesmo jeito? → Precisão
Se trocar algumas peças ou mudar um pouco as condições, ele ainda voa? → Robustez
Qual é o menor desempenho que ainda consigo detectar? → LD e LQ
Se os testes comprovarem que o avião atende ao objetivo (voar a 5 km/h), de forma confiável e consistente, então o método está VALIDADO.
👉 Validar é criar o manual e provar que ele realmente funciona para o uso pretendido.
O seu projeto ficou tão bom que a LEGO decidiu lançá-lo como produto na linha LEGO Creator, com manual, peças específicas e todas as instruções. No anúncio, as especificações técnicas garantem que, quando montado corretamente, o modelo voa a 5 km/h.

Neste cenário, você está comprando um modelo pronto, já testado e validado. Ou seja, já sabe que, se montar o avião conforme o manual de instruções, ele deverá voar a 5 km/h. Esse é o equivalente a usar um método normalizado.
Mas então, o que você precisa fazer?
Agora, o seu trabalho não é comprovar se o manual funciona (isso já foi feito), mas sim confirmar se, nas condições da sua casa — ou do seu laboratório, no caso de métodos — você consegue reproduzir corretamente o que está descrito.
Você então:
Monta o avião conforme o manual → usando o método normalizado
Verifica se o resultado final está igual ao que o manual promete
Confirma se o desempenho está conforme o esperado (podendo aplicar testes básicos de exatidão e precisão)
Nesse momento, você não está validando o método. Você está verificando se ele funciona nas suas condições e com os seus recursos, exatamente como está descrito no manual.
👉 Verificar é seguir o manual e demonstrar que o resultado obtido está conforme ele descreve.
Em resumo:
Na validação, eu desenvolvo as instruções (manual) e comprovo que elas levam ao resultado esperado, adequado ao objetivo proposto.
Na verificação, eu sigo o manual já validado e confirmo que consigo reproduzir exatamente o resultado que o manual descreve.
**Imagens retiradas da Internet




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